sexta-feira, 4 de março de 2011

dia 9 - Olivença

Tiramos o dia para fazer passeio a pé, a cidade estava toda ali, não fazia sentido tirar o carro de onde estava, e eu também estava cansado de ficar dirigindo, andar um pouco ia nos fazer bem.

Começamos visitando a pequena igreja de São Jorge dos Ilhéus, em estilo colonial, perfetamente conservada.


Passamos em frente a Casa de Jorge Amado, onde realmente o escritor morou em sua infância e juventude, hoje é uma fundação cultural, aliás, é interessante notar que das cidades baianas por onde passei, essa era a única que me lembre que tinha um cinema antigo, de rua, que virou centro cultural também inclusive com peças teatrais, fruto da influência de Jorge Amado, ou seria resultado da riqueza do cacau que fazia que os barões mandassem seus filhos nos melhores colégios e quando estes voltavam traziam consigo a bagagem cultural e as idéias da metrópole? O resultado é que Ilhéus tem uma particularidade que você percebe ao andar nas ruas, elas são limpas, o povo é educado, fala baixo, um contraste que só pode ser devido à essa influência.


Comprando uma água de coco num desses curiosos quiosques redondos que ficam ao longo da orla, de noite a parte de cima abaixa e ele fecha parecendo um ovo, muito interessante.

A famosa boate Bataclan, eternizada nos livros de Jorge Amado, a boate fechou há decadas, o prédio abandonado virou centro cultural e foi restaurado.

A área toda está bem preservada formado um conjuto arquitetônico bem interessante.


Voltando ao centro da cidade, pasando pela rua do fórum indo em direção a prefeitura encontramos essa estátua, que fotografei para mostrar que só existe inverno em Ilhéus dessa forma, porque o calor é o ano todo.


Um mapa completo da cidade e seus pontos de interesse.



Esses ângulos sob o céu da Bahia são uma coisa, na foto a fachada da prefeitura.


Depois de caminharmos bastante pelo centro resolvemos pegar Herbie e dar uma voltas pelas praias, começando pelas praias do Sul, fomos em direção a Olivença.






Mais palhaçadas a bordo, embasbacado com a beleza do lugar.




Rendição total, só voltei pra casa porque sou responsável, senão ainda estava por lá.




O lugar é lindo, uma combinação de falésias com praias com rochas e a estrada passando pelo meio disso tudo.

Aqui é onde ficam as casas dos ricos que vem de todos os lugares do país, o presidente da Organização Globo, o Roberto Irineu Marinho, tem casa por aqui, casa é eufemismo, o sujeito tem uma mansão milionária, e está liderando uma agressiva campanha contra a implantação do Porto Sul, um complexo offshore de exportação de minérios e mercadorias a ser instalado na Ponta da Tulha, no litoral norte, teoricamente não afeta a paisagem que ele vê na janela, mas na verdade o que a Globo é contra o desenvolvimento da região, que virou pasto de ricos proprietários de terras com suas mansões fechadas e seus empregados pagos a troco de pinga.

O porto e a ferrovia que virá com ele poderão ser a virada que a cidade precisa para se desenvolver. Gosto muito de viajar, mas o turismo na concepção de certas pessoas é manter as coisas como estão, privando as pessoas desses lugares de terem o desenvolvimento que o resto do país vem recebendo, são esses grupos, que visam apenas seus interesses pessoais, junto com preservacionistas de araque e oportunistas de todo tipo - especuladores imobiliários, empresas de hotelaria - todos em busca de terreno barato e mão-de-obra semi-escrava,

Com todos os prós e contras o Porto Sul hoje é uma realidade, no momento que escrevo essas linhas as desopropriações na Ponta da Tulha começam a ser feitas, o futuro dirá se foi um bom negócio para a cidade, mas da maneira como vem sendo projetado, esqueçam o esperneio da Globo, poderá ser uma virada de página na decadência que começou com a "vassoura de bruxa", praga que destruiu os cacaueiros nos anos 80, até mesmo essa cultura está voltando aos poucos, com um trabalho consistente da Embrapa junto com os produtores e o governo, já conseguiram um aumento de produção de 30% no último ano, essa retomada da produção de cacau, feita em bases modernas, também poderá ser uma retomada econômica da costa do cacau.

Olivença, intocada, sua beleza é impar, outro daqueles lugares que pararam no tempo.



A pequenina igreja de Nossa Senhora da Escada

Um pouco da história da igreja (clique na foto pra ler)

E também a história do lugar. Lá é uma estância hidromieral, essa eu não sabia.


Uma Bharmacia Homeotípica, é assim mesmo que escreve...


...uma farmácia diferente...

.. com garrafas e mesas, um lugar para curar o mau humor e o baixo astral


Escolhendo o que levar, difícil... escolhi uma feita a base de coco, leia-se cachaça curtida dentro do coco, para beber gelada, uma delícia, e pega mesmo, basta beber um copinho e se você não tomar cuidado vai ver o mundo girar, mesmo.

E lá vamos nós de novo pra estrada




Um pouquinho de sombra pra apreciar a paisagem


Estrada bem sinalizada.
De um lado coqueirais, e palmeiras de dendê,

do outro piçarras e a praia deserta

E mais coqueiros
Sentamos em um restaurante e pedimos um peixe, e uma cervejinha porque ninguém é de ferro, veio um peixão frito enorme, nem lembro mais qual era, mas estava muito bom.

Difícil descrever tudo isso, uma restinga, barra de rio, praia de rio e ao fundo o mar.




Vamos andar mais um pouco? Agora direção norte, mais praias desertas.


Voltando passando em direção à ponte para seguir em direção norte encontramos as praias junto à foz do rio, uma delas é a Maranata, onde existe um museu dedicado à vida marinha, eles também possuem um trabalho social voltado para as crianças carentes, muito legal.




Praia do Cristo, bem na foz do rio, e mais uma estátua do "nosso" Cristo espalhada pelo nordeste.

Momento ferrugem, vamos ver quem sabe que carro é esse, uma pista, é feito de chapa e não de fibra.

É um prédio com uma imensa chaminé? Não, é o caganeira flutuan.. ops, MSC Música, atracado no cais de Ilhéus.
Estávamos atrás de uma igreja que tínhamos avistado no dia anterior, em estilo gótico, ela dominava uma parte da cidade, dava pra ver do hotel onde estávamos, depois de umas indas e vindas conseguimos achar o caminho certo, valeu a pena, olha só a vista que tínhamos lá de cima (clique na foto pra ampliar).
O MSC mesmo á distância é um monstro, e não é dos maiores transatlanticos que estão viajando pelo litoral do país.

Um palacete abandonado, a vista que se tinha do alto daquela varanda devia ser uma coisa.


A igreja e convento de Nossa Senhora da Piedade, uma igreja em estilo gótico, impressionante vista de perto.


Seguindo para as prais do norte uma tentação que nos fez parar.

A Fábrica de Chocolate de Ilhéus, o chocolate mais puro que já vi, um absurdo de gostoso.


Chocólatra aloprado atacando a decoração da loja

Dentro da loja

Rumo às praias do norte, depois de tomar um chocolate gelado delicioso (já tinha tomado outro na lojinha da fábrica junto ao hotel quando saímos de manhã), e já começando a ter idéias sobre os próximos passos da viagem.




O terrorismo de butique do pessoal da Globo contra o Porto Sul nas placas da BA-001 em direção a Itacaré
Asfalto novo e placas indicativas legíveis.

Esse trecho entre Ilhéus e Camamu é novo, não constava nos mapas que levávamos, datados de 2007, nesse ponto era a entrada para a Praia da Jóia, um lugar muito bonito, quase selvagem, pelo tamanho dos bares imagino o que deve ser aquilo no carnaval.



Um vídeo do lugar, tirando o idiota com o som alto, um lugar é maravilhoso.



Voltando pra Ilhéus, já de noite, o naviozão ao fundo iluminado dentro da noite.

E assim terminou mais um dia na Bahia, mas não a viagem, logo teremos mais um post, é que demora um pouco pra organizar as informações links, e principalmente subir os vídeos do youtube, os maiores tomam mais de uma hora, mas prometo que até o fim do carnaval toda a história dessa viagem estará contada, até porque logo vamos começar outra, quem sabe?

4 comentários:

  1. Sensacional! Não sabia que Ilhéus tinha tanta coisa para se ver assim. O curriculo do Herbie está ficando invejavel.
    :-)))

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  2. Uma viajem dessa vale apena.
    A propósito, O Jipinho é um JEG da decada de 70, né?

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  3. Sim é um Jeg, inteirão por sinal, fotografamos um monte de Gurgel dos mais variados modelos em Ilhéus, estranhamente só lá pois mais para cima eles desapareceram, será que havia alguma concessionária Gurgel na região?

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  4. To adorando e viajando com vocês!! Obrigada!!!

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